EDITORIAL – ESQUECERAM O CAVALO DE TRÓIA

EDITORIAL
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Parece que esqueceram do velho Cavalo de Troia, aquele presente monumental que os gregos deram aos troianos com um sorriso no rosto e um exército escondido por dentro. Pois é, um cavalo enfeitado demais deveria sempre levantar suspeitas. Mas, por incrível que pareça, mesmo depois de tantos séculos, as pessoas ainda se deixam encantar pelas palavras de homens e se esquecem de que promessas, como os presentes, podem esconder armadilhas.

Dizem por aí: “Quem vê cara não vê coração” e “Quando a esmola é demais, o santo desconfia.” Será que precisamos realmente desenhar? Promessas são como as nuvens: lindas no céu, mas quando se acumulam demais, podem acabar se transformando numa tempestade. Aliás, já nos alertou o livro de Provérbios 26:11: “Como o cão volta ao seu vômito, assim o insensato repete a sua insensatez.” Quem enganou uma vez, engana de novo.

As palavras bonitas muitas vezes são fachadas de intenções duvidosas, porque, como diz o ditado, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento.” Quantas vezes somos seduzidos por discursos cheios de promessas e grandes feitos, como se fossem heróis vindos para salvar o dia? Mas não nos enganemos, pois as palavras doces também são capazes de esconder veneno.

Em Jeremias 17:9, há um lembrete: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” A resposta é simples: aqueles que não se iludem com as aparências. Os espertalhões de hoje usam as mesmas artimanhas dos gregos de outrora, e com o mesmo propósito: fazer-nos baixar a guarda. Eles sabem que “santo de casa não faz milagre,” então aparecem como forasteiros cheios de boas intenções e novas ideias, esperando que esqueçamos que promessas podem ser quebradas, e que palavras não passam de ar.

Se o Cavalo de Troia já foi capaz de enganar uma cidade inteira, quanto mais um punhado de promessas pode enganar corações desejosos por mudança? Não sejamos como os troianos, que por confiarem nos presentes dados de graça, abriram suas portas para a ruína. Mais vale a prudência de quem desconfia do brilho falso, do que a ingenuidade daqueles que aplaudem discursos vazios.

Lembremos do alerta em Mateus 7:15: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” E assim, quem tem ouvidos, que ouça: promessas podem ser tão vazias quanto o som que as transporta. Não é qualquer cavalo de madeira que devemos deixar entrar, por mais ornamentado que ele seja. Quem já mentiu uma vez, mentirá outra vez. E quem já traiu, trairá de novo, com um novo cavalo de Troia pintado de outra cor.

Portanto, mantenhamos os olhos abertos e o coração vigilante. Afinal, “gato escaldado tem medo de água fria,” e de promessas vazias também.

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