Os moradores de Belmonte, no sul da Bahia, têm motivos de sobra para olhar com desconfiança para a política local e estadual. A cidade, que já foi palco de promessas grandiosas e discursos inflamados, hoje se vê abandonada por aqueles que deveriam representá-la. Os deputados eleitos com o voto do povo belmontense parecem ter evaporado, deixando um vazio que só é preenchido pela frustração e, sim, pela vergonha. Onde estão esses parlamentares que, na época das eleições, juraram amor eterno à região? Sumiram, como se Belmonte fosse apenas um ponto no mapa a ser visitado de dois em dois anos.

Uma rápida pesquisa revela o que já é senso comum entre os eleitores locais: os deputados que carregam o nome de Belmonte no peito durante as campanhas simplesmente desaparecem após as urnas serem fechadas. Não há registros recentes de ações concretas, visitas frequentes ou projetos que mostrem um compromisso real com a cidade. Um exemplo gritante é a ausência de iniciativas visíveis na Assembleia Legislativa da Bahia ou na Câmara dos Deputados que tragam benefícios diretos à população de Belmonte. Enquanto isso, problemas como infraestrutura precária, falta de investimentos em saúde e educação, e o desemprego seguem como fantasmas que assombram o cotidiano dos moradores.

E o que dizer do futuro? Ano que vem, 2026, é ano de eleição. Como num passe de mágica, esses “deputados de enfeite” vão reaparecer. Virão com sorrisos largos, tapinhas nas costas e promessas recicladas, pedindo mais uma chance para “fazer diferente”. É um roteiro previsível, quase cômico, se não fosse trágico. O eleitor de Belmonte, que já carrega o peso de se sentir esquecido, terá de novo que decidir entre o descrédito total na política ou a esperança ingênua de que, dessa vez, algo mude.

A verdade é que esses parlamentares tratam seus mandatos como adornos, algo para exibir em fotos de campanha, mas sem serventia real para quem os elegeu. Belmonte merece mais do que deputados que só aparecem para posar ao lado de placas de obras que nunca saem do papel ou para distribuir apertos de mão em feiras e festas. A vergonha não deveria ser do eleitor, mas sim desses representantes que transformam a confiança depositada neles em silêncio e ausência.

Chega de deputados de fachada! O povo de Belmonte precisa de vozes que ecoem suas demandas o ano todo, não apenas na véspera do pleito. Que 2026 seja o ano em que o eleitor, cansado de ser enganado, mostre que a vergonha tem limite – e que o preço da omissão se paga nas urnas.

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