Um burburinho tomou conta de Belmonte, no extremo sul da Bahia, nos últimos dias. Rumores sobre uma possível expansão imobiliária na Costa do Descobrimento, liderada por um grupo chinês, têm animado investidores e empresários da região. Fala-se em um investimento de muitos milhões que poderia transformar o município em um novo polo de desenvolvimento, trazendo um fôlego econômico à histórica Costa de Belmonte. Mas, como tudo que reluz pode não ser ouro, a novidade também desperta desconfiança e um chamado à vigilância entre os moradores.

Segundo informações que circulam entre líderes locais e especuladores, o projeto envolveria a construção de empreendimentos imobiliários de grande porte, aproveitando o potencial turístico e a beleza natural da região. A Costa do Descobrimento, conhecida por suas praias intocadas e seu valor histórico, poderia ganhar um novo norte com a chegada desse capital estrangeiro. Os boatos apontam que o grupo chinês estaria de olho em Belmonte como parte de uma estratégia maior de investimentos na Bahia, um estado que já atraiu a atenção de empresas orientais em setores como energia, infraestrutura e indústria automotiva.

E o governador Jerônimo Rodrigues parece estar alinhado com essa onda. Nos bastidores, comenta-se que ele já está preparando o terreno para receber esse “negócio da China”. Entre as ações, destacam-se investimentos na recuperação do antigo equipamento aeroviário de Belmonte, que poderia facilitar a logística para os futuros empreendimentos, e estudos para a construção de pontes interligando Belmonte a Canavieiras. Essas obras, se concretizadas, prometem melhorar a infraestrutura local e atrair ainda mais olhares para a região. “Menino sabido esse governador, hein? Será que ele veio a Belmonte no Carnaval só porque acha a cidade bonita? Ou porque é amigo do prefeito? Kkkkk”, ironizou um morador em um grupo de WhatsApp local, refletindo o tom de curiosidade e sarcasmo que permeia as conversas.

Mas nem tudo são flores nesse cenário. Há quem veja o suposto megainvestimento com cautela – ou até com revolta. “Não podemos deixar Belmonte ser estuprada mais uma vez. Vamos ficar de olho!”, alertou outro residente, ecoando um sentimento de proteção à identidade e aos recursos naturais da cidade. A memória de promessas não cumpridas e projetos que beneficiaram mais os de fora do que os de dentro ainda pesa na mente de muitos belmontenses. A possibilidade de uma exploração desenfreada ou de um crescimento que deixe de lado a população local é uma preocupação latente.

Por enquanto, tudo não passa de especulação. Não há confirmação oficial do governo estadual ou de fontes chinesas sobre o tamanho ou a natureza exata do investimento. O que se sabe é que Jerônimo Rodrigues tem intensificado suas articulações com investidores internacionais, especialmente chineses, como parte de uma estratégia para alavancar a economia baiana. A dúvida que fica é: será esse um negócio da China que vai enriquecer Belmonte ou apenas mais um conto para encher os olhos e esvaziar os bolsos da comunidade? Os moradores prometem não tirar o olho do retrovisor enquanto o futuro não se desenha com clareza.

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