Medidas de Prevenção e Cuidados com Animais São Cruciais para Combater a Doença
Nos últimos dois meses, Belmonte tem enfrentado um aumento alarmante nos casos de cimonose, uma doença causada por um vírus que afeta principalmente cães e pode ser fatal se não tratada adequadamente. A comunidade está em alerta após o trágico falecimento de 13 cachorros, todos suspeitos de terem sido vítimas dessa terrível doença. Alertamos aos moradores que estejam atentos aos sinais da doença e tomem medidas preventivas para proteger seus animais de estimação.
A cinomose canina é uma doença infectocontagiosa que afeta cães causada por um vírus. Ela é altamente contagiosa e costuma acometer cães que ainda não terminaram o esquema vacinal (filhotes) ou que não costumam receber o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10, V11 ou V12). A cinomose não afeta os gatos.
Nos estágios iniciais da doença, um sintoma bastante comum é a diarreia, uma vez que o sistema digestório é, geralmente, o primeiro a ser atingido. Em um estágio um pouco mais avançado da doença, o sistema respiratório é acometido, sendo observadas secreções normalmente amareladas e densas saindo pelo nariz e região dos olhos.
Na fase mais tardia da doença, acontece o acometimento do sistema nervoso central, que é quando o animal passa a ter o andar desorientado e tremores musculares que podem evoluir para crises de convulsões.
Os principais sintomas são: Apatia, Perda de apetite, Diarreia, Vômito, Febre, Secreções oculares (remela em grande quantidade), Secreções nasais (pus), Convulsões, Paralisias, Tiques nervosos e falta de coordenação.
Um cão infectado elimina o vírus pela urina, fezes e secreções (nasal e ocular) até 90 dias após a exposição ao vírus. Portanto é importante evitar seu contato com outros cachorros durante o período em que está doente.
O cachorro pode pegar cinomose, ou seja, ser contaminado pelo vírus, de diversas formas. Entre elas, pelo contato com secreções, urina e fezes infectadas pelos animais doentes. Além disso, casinha, cobertores e alimentos dos animais infectados também são fontes de infecção. Filhotes e idosos são mais susceptíveis às doenças infecto-contagiosas por terem o sistema imunológico um pouco menos ativo.
Vale lembrar que o contato não necessariamente precisa ser direto/ próximo. A infecção pode acontecer, por exemplo, quando passeamos com nosso pet em locais pelos quais passaram animais doentes que eliminaram o vírus na rua, em parques ou outros locais públicos.
Não há medicamentos antivirais eficazes para combater a doença. No entanto, o tratamento consiste em tratar os sintomas causados nos diferentes sistemas acometidos:
- Antibiótico e anti-pirético para as infecções secundárias no sistema digestório e respiratório, além de aliar expectorantes, bronco dilatadores e antieméticos.
- Soro (fluidoterapia), para corrigir a desidratação causada pela diarreia.
- Anticonvulsivante para as crises convulsivas devido ao acometimento do sistema nervoso.
- Suplementos nutricionais e terapias alternativas, como a acupuntura, para melhorar a resposta imunológica do animal para combater o vírus também são utilizadas.
O animal que teve a doença evoluída ao estágio de acometimento do sistema nervoso pode ficar com tremores musculares, andar desordenado e/ou crises convulsivas por toda sua vida, mesmo não portando mais o vírus.
Neste caso, o animal sequelado terá de ter auxílio de sessões de fisioterapia e acupuntura para melhorar o quadro, além de fazer uso de anticonvulsivante em alguns casos.
O diagnóstico de cinomose deve ser feito por um veterinário. Ele vai analisar os sinais clínicos que o cachorro apresenta e realizar exames de laboratório, radiografia ou PCR (exame do DNA) para confirmar a presença da doença. A partir disso, o profissional será capaz de indicar o melhor tratamento, de acordo com o estágio da doença em cada cachorro.
Para prevenção da doença basta realizar a vacinação anual do seu cachorro. A vacina para cinomose está dentro do pacote oferecido pelas vacinas V8 , V10 e V11. No caso de filhotes, devem receber três a quatro doses da vacina a partir de 45 dias de vida, com intervalo de 21 a 30 dias entre as aplicações. Apenas depois da última dose seu sistema imunológico estará apto a combater o vírus caso haja contato com ele, sendo liberados os passeios na coleira.
As autoridades locais ainda não estão intensificando os esforços para informar a comunidade sobre a cimonose e como prevenir a doença. O trabalho dos moradores é crucial para combater essa situação preocupante. Juntos, podemos proteger nossos queridos animais de estimação e manter Belmonte seguro para todos.
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