No último final de semana, moradores da região do Ubú, no município de Belmonte, usaram as redes sociais para expor as condições precárias do Colégio Municipal São Paulo. Esta escola, destinada ao ensino das crianças da comunidade, enfrenta problemas sérios que comprometem a segurança e o bem-estar dos estudantes. As denúncias apontam a falta de energia e água, além de problemas estruturais, incluindo o avanço do mato nas áreas próximas ao prédio.
A Associação Primavera, formada por moradores engajados em melhorias para o Ubú, documentou a situação em vídeo, destacando a realidade preocupante da instituição de ensino. Com o início das aulas se aproximando, a comunidade está angustiada e temerosa em enviar seus filhos para um ambiente tão precário. A gestão do Prefeito Bebeto Gama, sob o lema da “Renovação, Renovada”, está enfrentando duras críticas dos moradores. As denúncias de negligência na manutenção das escolas contrastam com a mensagem oficial do governo, que afirma que tudo está sob controle. No entanto, evidências indicam uma situação diferente.
O agravante da situação é o contrato milionário entre a prefeitura de Belmonte e a empresa terceirizada Portal Empreendimentos para reformar as escolas. Os valores substanciais, que não são transparentes no Portal da Transparência do Município, suscitam dúvidas sobre a efetiva utilização dos recursos destinados à educação. De acordo com registros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), até dezembro de 2023, a empresa contratada recebeu cerca de R$ 1,5 milhões para obras de reforma e construção de colégios somente em Belmonte e no Distrito de Barrolândia. Os colégios em outros distritos e comunidades rurais ficaram sem atendimento da empresa.
A situação do Colégio Municipal São Paulo é apenas a ponta do iceberg de um problema sistêmico na gestão da educação em Belmonte. A falta de transparência nos gastos públicos e a falta de manutenção adequada das escolas são questões urgentes que precisam ser enfrentadas pelas autoridades responsáveis. Enquanto os discursos políticos tentam mascarar a realidade, a comunidade sofre as consequências de uma administração deficiente. A pressão popular e a exigência por ações efetivas são cruciais para garantir uma educação digna para as crianças de Belmonte.
