Pesquisa Aponta Queda de Popularidade de Lula e Ascensão de Novos Nomes para 2026

Se as eleições gerais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lideraria com 32% das intenções de voto, seguido pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 18%, e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 15%. O cenário exclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, e sinaliza uma disputa acirrada e uma possível mudança no panorama político brasileiro.

 Desafios para o PT e a Esquerda

A situação do presidente Lula se mostra cada vez mais complicada, em meio a críticas crescentes sobre seu estilo de governar e a falta de propostas que impactem diretamente a vida da população. Segundo o filósofo e professor da USP, Vladimir Safatle, a esquerda brasileira, especialmente o PT, perdeu sua relevância nas periferias por não apresentar soluções concretas para os problemas enfrentados pelas pessoas. Em entrevista ao UOL, Safatle, filiado ao PSOL e suplente de deputado federal, destacou que o resultado do primeiro turno das eleições de 2024 foi um “alerta vermelho” para o partido.

“A extrema-direita tem uma lista de candidatos com chances eleitorais. Se as coisas continuarem como estão, com certeza, a extrema-direita volta ao poder em 2026”, afirmou o professor, alertando que a falta de pautas robustas e mudanças estruturais no governo federal pode levar o PT a uma derrota nas próximas eleições.

 Críticas à Estagnação e à Falta de Renovação no PT

Safatle argumenta que o retorno de Lula ao poder trouxe mais do mesmo, sem inovação nas pautas. Programas como o Bolsa Família e o Ciência Sem Fronteiras, que marcaram a primeira passagem de Lula pela presidência, não foram substituídos por novas propostas que pudessem sinalizar uma transformação concreta. Segundo ele, o PT se tornou um partido “populista de esquerda”, incapaz de avançar devido à tentativa de conciliar demandas contraditórias, o que gera uma “esquizofrenia política” e resulta em paralisia.

O filósofo também criticou a falta de renovação dentro do partido. Segundo ele, Lula absorveu as demais lideranças do PT, o que impediu o surgimento de figuras novas e autônomas. “O PT se distanciou das demandas populares e não promoveu uma renovação de quadros, o que reforça a estagnação”, acrescentou.

 Perspectivas para 2026

Com Lula à frente nas pesquisas, mas com uma margem que reflete um eleitorado dividido, os próximos dois anos serão desafiadores para o PT. O crescimento de novos nomes, como Pablo Marçal e Tarcísio de Freitas, indica que a disputa pelo Palácio do Planalto em 2026 poderá ter um cenário ainda mais fragmentado. A situação exige do governo uma agenda concreta de mudanças, caso queira evitar o retorno da extrema direita ao poder. O resultado das eleições municipais de 2024 servirá como termômetro para avaliar se o partido está conseguindo reverter o desgaste político ou se o alerta vermelho dado por Safatle será concretizado nas urnas em 2026.

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